Sabe-se que em 1989, no Consenso de Washington, líderes e nações se reuniram para fundar um movimento que buscava reduzir as desigualdades dos países subdesenvolvidos. Funda-se assim o neoliberalismo, que busca colocar a economia independente do estado no contexto social, e que por ter sido construída com base nos interesses da elite e sem ouvir a voz da sociedade comum acabou por fortalecer uma minoria capitalista e suplantar movimentos populares que surgiram para romper com o ciclo de desigualdades gerados por uma economia que já privilegiava poucos - a chamada liberalismo econômico.
Foi a partir desse movimento que surgiram grandes organizações responsáveis por sustentar toda a pirâmide de capital e desigualdades que o neoliberalismo propunha, instituições essas como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio (OMC).
Podemos destacar como algumas características do neoliberalismo a abertura econômica entre países permitindo que realizem negócios globalizados, a desregulamentação comercial que diminui os impostos e aumenta os lucros da empresa, as privatizações das empresas tornando os recursos do estado pertencentes a grandes empresas com alto valor econômico e a política do “estado mínimo”, onde o estado deve interferir o menos possível no mercado financeiro.
Mas afinal, se o movimento neoliberal se mostrou tão próspero em gerar recursos, bens e serviços, alavancar o crescimento de empresas e nações, qual de fato é o seu problema? O problema consiste que a doutrina refletiu o interesse dos líderes que a propunham, pensando apenas nos interesses individuais de grandes corporações, seus investidores e fundadores. No caminho entre o mundo moderno (pós segunda guerra mundial) e o pós-moderno (atual) os valores humanos e políticas sociais ficaram em segundo plano frente a ganância, a cobiça e os interesses puramente materiais e egoístas de grandes companhias, nações e líderes políticos, econômicos e estudiosos.
Refletindo sobre o mundo pós-moderno, que vive o dilema da presença autônoma da tecnologia nos meios de trabalho, temos a precarização do trabalho cada vez mais frequente, com mais perdas de direitos trabalhistas como o projeto de lei Contrato Verde e Amarelo na CLT, instituído pela medida provisória nº 905/2019 aqui no Brasil, projetos como esse vão em uma tendência moderna em que o homem está tendo que voltar a oferecer o seu serviço físico como forma de sustento. Isso muito devido ao fato de que empresários estão explorando os recursos tecnológicos ao seu favor, atribuindo a seres humanos funções subjacentes às feitas por máquinas em um processo de novo retorno à exploração humana.
A chamada “uberização”, em referência a empresa Uber, em que motoristas de aplicativos fazem entregas de produtos ou transporte de produtos em um serviço autônomo, sem direitos e que oferecem riscos sem nenhuma garantia por parte da empresa. Movimentos como esse falam sobretudo sobre quem deve ser o responsável sobre o risco do trabalho, a tendência neoliberal fortalece que o sujeito, o trabalhador deve assumir esse risco e não a empresa responsável pelos seus serviços.
Concluindo, o pressuposto do neoliberalismo é uma sociedade com mais riquezas e mais geração de renda, entretanto sem a intervenção do estado tudo que é gerado não é redistribuído, mas se concentra em uma minoria que já detém conhecimento, dinheiro e poder
Fontes:
NEVES, J. Carteira De Trabalho Verde E amarela: Entenda Seu Funcionamento. Disponível em: <https://www.oitchau.com.br/blog/carteira-de-trabalho-verde-e-amarela-entenda-seu-funcionamento/>. Acesso em: 8 out. 2022.
REDE TVT. Uberização Do trabalho: Documentário Discute a Precarização Pós Reforma. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eZfdM16ORY0>.
RODRIGUES, R. Industrialização E O Neoliberalismo - Geobrasil. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oaYzZfxhYsU>. Acesso em: 8 out. 2022.
STOODI. O Que É neoliberalismo: Tudo Sobre Essa Doutrina socioeconômica! Disponível em: <https://www.stoodi.com.br/blog/historia/neoliberalismo/>.
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